Grupo de pesquisa ligado à linha de Comunicação e Política do Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal do Paraná.

Resumo da semana

Marcos Corrêa/PR

Foto: Marcos Corrêa/PR

A semana foi marcada pelas mudanças administrativas no governo federal. Com o afastamento da presidente Dilma Rousseff, parte do processo de impeachment que tramita no Senado Federal, o presidente interino, Michel Temer, promoveu nomeações que evidenciaram o rompimento entre o PT e os partidos da antiga base aliada.

Segunda-feira
Criticado pela ausência de mulheres na chefia de ministérios, Temer anunciou a economista Maria Silvia Bastos Marques como nova presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ela será a primeira mulher a chefiar a instituição, que tem, entre as atribuições, o financiamento de grandes obras e projetos no país.

No mesmo dia, o presidente em exercício se reuniu com representantes de centrais sindicais para discutir propostas de reforma na Previdência Social. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), identificada com o Partido dos Trabalhadores (PT) e a presidente afastada Dilma Rousseff, se negou a participar do encontro por não reconhecer o governo Temer como legítimo.

Terça-feira
Ilan Goldfajn foi anunciado pelo ministro da Fazenda Henrique Meirelles como novo comandante do Banco Central (BC). Ele substitui Alexandre Tombini que, segundo o próprio Meirelles, deve permanecer em cargo de confiança na administração federal. Considerado um economista conservador, Goldfajn foi diretor do BC nos governos de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, entre 200 e 2003.

Foi divulgado que servidores do Supremo Tribunal Federal (STF) encontraram um aparelho de escuta ambiental no gabinete do ministro Luís Roberto Barroso. O equipamento estava dentro de uma caixa, abaixo de uma das mesas da sala. O STF informou que, como o aparelho estava desligado, não seria aberta uma investigação para descobrir quem o colocou no gabinete.

Quarta-feira
O deputado André Moura (PSC-SE) anunciou que é o novo líder do governo na Câmara dos Deputados. Ligado ao presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB), Moura contou com apoio de partidos que compunham a antiga base aliada do governo Dilma Rousseff, como o PMDB, PSD, PP e PR. No início de maio, a PGR pediu ao STF para investigar mais 31 pessoas supostamente envolvidas no esquema apurado pela Operação Lava Jato, dentre elas, André Moura.

O ex-ministro José Dirceu foi condenado a mais de 23 anos de prisão em processo derivado da Operação Lava Jato. Condenado pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, a pena estabelecida pelo juiz Sérgio Moro a Dirceu foi a maior já arbitrada nesta investigação.

Quinta-feira
O ex-ministro do governo FHC Pedro Parente foi indicado pelo presidente interino Michel Temer para presidir a Petrobras. A indicação ainda deve ser referendada pelo Conselho de Administração da estatal para entrar em vigor. Além de chefe da Casa Civil de FHC, Parente presidiu o Conselho de Administração da BM&F Bovespa. Ele substitui Aldemir Bendine.

O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), depôs no Conselho de Ética da Casa para se defender do processo por quebra de decoro ao qual responde. Segundo Cunha, o processo que pode cassá-lo tem vícios que geram “nulidades. Ele voltou a negar que possui contas no exterior e pediu a substituição do relator do caso.

Sexta-feira
A Procuradoria Geral da República (PGR) pediu ao STF para investigar quatro membros da cúpula do PMDB, dentre eles o ministro do Planejamento Romero Jucá. Além dele, a PGR quer investigar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e os senadores Valdir Raupp (PMDB-RO) e Jader Barbalho (PMDB-PA). A suspeita é de desvios na construção da hidrelétrica de Belo Monte.

A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação que investiga contratos da Odebrecht com o empresário Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho da primeira mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-presidente não foi foco das diligências, mas é citado nas investigações. O Ministério Público Federal apura se Lula praticou tráfico internacional de influência em favor da Odebrecht.