Grupo de pesquisa ligado à linha de Comunicação e Política do Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal do Paraná.

Temer diz que adotará medidas impopulares “a partir de certo momento”

Em discurso na manhã desta segunda-feira (4), durante a abertura do Global Agribusiness Forum 2016, evento sobre agronegócio realizado em São Paulo, o presidente interino Michel Temer disse que tomará medidas consideradas impopulares “a partir de certo momento”. A fala foi precedida pela entrega de um manifesto de confiança no governo assinado por 46 entidades de vários segmentos do agronegócio brasileiro.
“Eu vou colocar esse acordo em um quadro no meu gabinete. É uma coisa importantíssima para nós, porque (esse apoio) nos permite ganhar forças para enfrentar os problemas. Nós temos o apoio dos setores produtivos do País”, disse Temer. “Esse apoio é fundamental porque a partir de certo momento, começaremos com medidas, digamos assim,mais impopulares”, acrescentou, sem entrar em detalhes.

Imagem ilustrativa

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O governo tem sido alvo de críticas até por parlamentares se sua base aliada, em função de ações que vão na contramão do ajuste fiscal, como o reajuste do Bolsa Família, o aumento salarial concedido a servidores do judiciário e a renegociação das dívidas dos estados.

Temer rebateu as críticas e defendeu o reajuste salarial dos servidores. “O aumento do funcionalismo já estava negociado e é abaixo da inflação. Se não déssemos ajuste já negociado, movimentos políticos cobrariam. Seria desastroso”, argumentou. O presidente lembrou que o aumento já estava previsto no orçamento deste ano.

O presidente reafirmou que não tem receio de adotar medidas impopulares porque não tem objetivos eleitorais. “As pessoas me perguntam. ‘Você não teme propor medidas impopulares?’ Não. Porque o meu objetivo não é eleitoral. O meu objetivo, nesses dois anos e meio, se eu ficar dois anos e meio, é conseguir colocar o Brasil nos trilhos, é o que basta. Não quero mais nada da vida pública”, afirmou. No início de junho, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo enquadrou o presidente na Lei da Ficha Limpa por ter feito doação eleitoral acima do limite permitido por lei, tornando-o inelegível por oito anos. O peemedebista ainda pode recorrer da decisão.

Fonte: Congresso em Foco