Grupo de pesquisa ligado à linha de Comunicação e Política do Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal do Paraná.

Presidente da Câmara quer votar reforma política neste semestre

Gilmar Felix

Rodrigo Maia defendeu solução rápida na votação pelo TSE da chapa Dilma-Temer

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, informou, nesta terça-feira (4), que pretende discutir e votar a reforma política ainda neste semestre.

Maia adiantou ainda que pretende instalar, já na próxima semana, a comissão especial que vai analisar a Proposta de Emenda à Constituição aprovada no Senado (PEC 282/16) que acaba com as coligações nas eleições proporcionais e estabelece uma cláusula de desempenho partidário.

Dessa maneira, dois colegiados vão analisar o assunto: a Comissão da Reforma Política, já em andamento na Câmara, e a comissão especial que analisará a reforma sugerida pelos senadores.

Hoje o relator da matéria na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), deputado Betinho Gomes (PSDB-PE), apresentou parecer pela admissibilidade do texto do Senado.

Já o relator da Comissão Especial da Reforma Política, deputado Vicente Candido (PT-SP), pretende apresentar hoje seu parecer, propondo alterações no sistema eleitoral.

Segundo Maia, a apresentação do relatório de Candido com antecedência mostra interesse da Câmara em debater o assunto e esclarecer à sociedade sobre o que será votado. “É importante ter um texto para que não se fique com a impressão de que o relator quer votar algo no afogadilho”, afirmou o presidente.

Maia também é contra discutir, na proposta de reforma política, a criminalização do caixa dois eleitoral. “Acho que esse tema nem tem que estar na proposta porque nas dez medidas já foi votado”, disse referindo-se ao Projeto de Lei 4850/16 aprovado pelos deputados e em análise no Senado.

Financiamento
Rodrigo Maia defendeu um amplo diálogo sobre o financiamento de campanhas eleitorais. Para ele, é importante avaliar todas as possibilidades para garantir um financiamento mínimo para as eleições. “Não tem mais o financiamento de pessoa jurídica, não há cultura da pessoa física; se vai ser aprovado ou não, isso é outra história”, disse o presidente.

Ele destacou ainda que as novas regras de financiamento vão representar um desafio para os políticos que terão que atrair o maior número possível de pessoas para colaborar com o sistema eleitoral. “Temos que discutir o que vai ficar no lugar do financiamento de pessoa jurídica, porque as eleições gerais custam, a democracia tem o seu custo e a gente precisa fazer esse debate de qual a porcentagem vai ser público, qual a porcentagem vai ter que buscar na pessoa física”, afirmou.

Sistema eleitoral
Sobre a alteração do atual sistema proporcional de voto aberto, Maia explicou que é importante ter tempo para convencer os parlamentares que é preciso mudar para um sistema consolidado nas grandes democracias do mundo como os sistemas distrital puro (Estados Unidos), misto (Alemanha) ou o proporcional em lista preordenada (Espanha).

Dilma-Temer
Questionado pela imprensa sobre o adiamento do julgamento do Tribunal Superior Eleitoral que pode cassar a chapa Dilma-Temer, Rodrigo Maia defendeu uma solução rápida para o tema e também a separação das chapas.

Segundo ele, já que a lei permite a prestação de contas individual de cada integrante da chapa majoritária, “é muito claro que, se o presidente Michel Temer teve uma prestação de contas separado, ele não pode ser punido pelos erros cometidos pela campanha da presidente Dilma”, defendeu.

Com informações da Agência Câmara